Do tempo da “Maria Cachucha”

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A turma B do sexto ano de escolaridade participou, no passado dia 3 de março, numa oficina pedagógica promovida pelo Centro Cultural Raiano, a propósito da exibição da ópera “Não há machado que corte“.

“No dia três de março às dez e trinta da manhã, a turma do 6ºB participou na oficina “Não há machado que corte” no Centro Cultural Raiano de Idanha-a-Nova. Foi uma atividade muito divertida, fizemos máscaras com vários materiais, não havia temas dependia da imaginação e criatividade de cada um. Fizemos pássaros, coelhos, raposas, vikings, Soldado Milhões e outras máscaras com detalhes personalizados. Tivemos a ajuda do Sérgio e da Linda. No final fomos visitar a sala de espetáculos onde se encontrava o cenário já montado para a ópera que se iria realizar nessa mesma noite. Obrigada por nos terem convidado gostamos muito.”

Anderson Santos e João Caramelo (6ºB)

“Inspirado na figura popularmente conhecida por Maria Cachucha (Maria Purificação da Silva, 1900-1960), que trabalhava no Matadouro Municipal de Torres Vedras e era a única mulher em Portugal que, à época, matava bois, o espetáculo resulta de uma colaboração entre Luís Soldado (composição musical) e Rui Zink (libreto).

Sobre a ópera escreve Ruiz Zink: “Um jovem jornalista aventura-se na floresta para ir entrevistar a famosa Maria Cachucha, uma personagem estranha sobre a qual correm muitas lendas. A de que é um homem vestido de mulher, mas tão forte que, se alguém se atrever a troçar, está em sarilhos grandes. A de que é uma mulher, mas tão de pelo na venta que nem os mais corajosos pescadores se atrevem a desafiá-la para um braço de ferro. Trabalha num matadouro e usa saias. Mata, e consta que não só animais.”

Apesar dos momentos de comicidade, “Não há machado que corte” apresenta-se como uma ópera intrigante e catalisadora de uma meditação sobre a problemática do género. A proposta musical e literária, juntamente com a encenação, permite refletir sobre a igualdade e subjetividade de género e a afirmação da mulher na sociedade contemporânea.

Na criação deste espetáculo, destaque ainda para a encenação de Linda Valadas e para a cenografia e figurinos de Sérgio Loureiro, que nesse mesmo dia irão orientar uma oficina criativa destinada a alunos de Idanha-a-Nova.

A apresentação de “Não há machado que corte” e a realização da oficina são cofinanciadas pela República Portuguesa-Cultura/DGARTES, ao abrigo do Programa de Apoio à Programação da RTCP – Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses, da qual o CCR faz parte.” CCRaiano